Durante o mês de maio, diversas instituições de saúde promovem ações educativas para aumentar a conscientização sobre as Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs), com foco principal na Doença de Crohn e na Retocolite Ulcerativa.
Essas enfermidades, que afetam mais de 5 milhões de pessoas em todo o mundo, vêm despertando atenção crescente tanto da comunidade médica quanto da população em geral. A campanha Maio Roxo surgiu justamente com o intuito de ampliar o debate sobre essas condições e incentivar o diagnóstico precoce.
Um levantamento conduzido pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, com base em dados de mais de 212 mil usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), apontou um crescimento de 15% na incidência dessas doenças entre 2012 e 2020. A análise, publicada na revista científica The Lancet em 2022, indicou maior concentração de casos nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.
Iniciativa da Sociedade Brasileira de Coloproctologia
No Brasil, a mobilização em torno do Maio Roxo é liderada pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), que também destaca o dia 19 de maio como o Dia Mundial das Doenças Inflamatórias Intestinais. A campanha tem como pilares principais a informação, a promoção da saúde e o estímulo à busca por atendimento médico especializado.
Por que Maio e por que Roxo?
A cor roxa e o mês de maio foram adotados globalmente como símbolos da luta contra as DIIs. A ideia é unir esforços em uma campanha que combata o estigma social que muitas vezes envolve essas doenças, além de estimular conversas abertas sobre o tema.
Condições mais comuns abordadas na campanha
Doença de Crohn
Caracteriza-se por inflamações que podem atingir qualquer segmento do sistema digestivo. Entre os sintomas frequentes estão dores abdominais, diarreia persistente, cansaço extremo, perda de peso e desnutrição.
Retocolite Ulcerativa
Afeta principalmente o cólon e o reto, provocando inflamações e ulcerações contínuas. Os sinais clínicos incluem episódios de diarreia com sangue, cólicas e urgência para evacuar.
Como são diagnosticadas as DIIs
O diagnóstico dessas condições envolve uma avaliação criteriosa, com diferentes métodos complementares:
- Análises laboratoriais (sangue e fezes), para detectar marcadores inflamatórios e excluir outras causas;
- Colonoscopia, que permite examinar o interior do cólon e coletar amostras de tecido;
- Endoscopia digestiva, útil em casos que envolvem a parte superior do trato gastrointestinal;
- Exames de imagem, como ressonância magnética e tomografia, que ajudam a mapear a extensão da inflamação.
Opções de tratamento e controle
As DIIs não têm cura definitiva, mas há tratamentos eficazes para controlar os sintomas e prolongar os períodos de remissão. Entre as principais abordagens estão:
- Medicamentos específicos, como anti-inflamatórios, imunomoduladores e terapias biológicas;
- Apoio nutricional, fundamental para evitar deficiências e manter o organismo fortalecido;
- Intervenção cirúrgica, indicada nos casos em que há complicações como estenoses, perfurações ou hemorragias.
O papel transformador do Maio Roxo
Mais do que alertar para os sintomas e tratamentos, o Maio Roxo é uma oportunidade de combater o preconceito e promover empatia. Com informação de qualidade e acesso adequado ao sistema de saúde, é possível garantir que pacientes com doenças inflamatórias intestinais tenham diagnóstico precoce e mais qualidade de vida.
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