A diabetes é uma condição crônica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e está diretamente relacionada à forma como o corpo processa a glicose no sangue.
Embora muitas pessoas associem a doença apenas ao aumento da glicemia, ela pode desencadear uma série de complicações graves que afetam diferentes órgãos e sistemas do corpo humano.
Com o passar do tempo, níveis elevados de açúcar no sangue podem danificar vasos sanguíneos, nervos, rins, olhos e até mesmo o coração.
Por isso, entender as doenças que podem surgir a partir da diabetes e adotar medidas preventivas é essencial para preservar a saúde e manter a qualidade de vida.
Neste artigo, vamos explorar oito dessas doenças e oferecer dicas valiosas para preveni-las.
Por que ocorrem as complicações da diabetes?
A diabetes provoca um desequilíbrio metabólico que, quando não controlado, compromete o funcionamento de diversos órgãos. A hiperglicemia — aumento dos níveis de glicose no sangue — é a principal responsável pelo desgaste das células e pelo surgimento de inflamações crônicas.
Além disso, a glicose elevada pode danificar pequenos e grandes vasos sanguíneos, interferindo na circulação e na oxigenação dos tecidos.
Isso aumenta a vulnerabilidade a infecções, dificulta a cicatrização e abre espaço para doenças graves que podem reduzir a expectativa de vida.
1. Retinopatia diabética
A retinopatia diabética é uma das complicações mais comuns entre pessoas com diabetes. Ela ocorre quando o excesso de glicose danifica os vasos sanguíneos da retina, a camada responsável pela captação das imagens nos olhos.
Se não for tratada, a doença pode evoluir para perda parcial ou total da visão. Para prevenir a retinopatia diabética, é fundamental manter a glicemia sob controle, fazer exames oftalmológicos regularmente e adotar uma alimentação equilibrada rica em antioxidantes.
2. Nefropatia diabética
A nefropatia diabética é o comprometimento dos rins devido ao excesso de glicose no sangue. Esse quadro ocorre porque os vasos sanguíneos dos rins ficam sobrecarregados, resultando em perda de função renal ao longo do tempo.
Prevenir a nefropatia envolve manter a pressão arterial equilibrada, evitar o consumo excessivo de sal e realizar exames de urina e sangue para avaliar a função renal pelo menos uma vez ao ano.
3. Neuropatia diabética
A neuropatia diabética surge quando os nervos são afetados pela alta concentração de glicose. Esse dano pode provocar dor, formigamento, perda de sensibilidade nas mãos e pés, além de problemas digestivos e circulatórios.
O controle rigoroso da glicemia e a prática regular de atividades físicas são as principais formas de prevenção. Também é importante evitar o tabagismo, que agrava a deterioração dos nervos.
4. Doenças cardiovasculares
A diabetes aumenta consideravelmente o risco de doenças cardiovasculares, como infarto, angina e hipertensão. Isso acontece porque o excesso de glicose favorece o acúmulo de gordura nas artérias, dificultando o fluxo sanguíneo.
Para prevenir essas complicações, é essencial manter uma dieta balanceada, evitar alimentos ultraprocessados e ricos em gorduras saturadas, além de realizar exames cardíacos periódicos.
5. Pé diabético
O pé diabético é uma complicação que surge devido à combinação de neuropatia e má circulação sanguínea. O problema leva à formação de feridas e úlceras que cicatrizam lentamente e podem evoluir para infecções graves, exigindo até amputação.
A prevenção inclui cuidados diários com os pés, como hidratação, inspeção visual para detectar feridas precoces e uso de calçados adequados. Também é essencial controlar os níveis de glicose para evitar a progressão do problema.
6. Doença periodontal
A diabetes não controlada aumenta a predisposição a infecções na gengiva, levando à doença periodontal. Essa condição pode causar inflamações, sangramentos e até perda dos dentes.
O cuidado preventivo passa pela higiene bucal adequada, visitas regulares ao dentista e manutenção da glicemia dentro dos níveis recomendados.
7. Esteatose hepática (Fígado gorduroso)
A esteatose hepática, também conhecida como fígado gorduroso, é mais frequente em pessoas com diabetes tipo 2. O acúmulo de gordura no fígado pode evoluir para inflamação e, em casos graves, cirrose.
Para prevenir, é importante manter o peso corporal adequado, reduzir o consumo de álcool e priorizar uma alimentação com baixo teor de carboidratos simples e gorduras ruins.
8. Infecções de pele
Pessoas com diabetes têm maior risco de desenvolver infecções bacterianas e fúngicas na pele. Isso ocorre porque o excesso de glicose enfraquece o sistema imunológico, dificultando a defesa natural do corpo.
A prevenção inclui manter a pele limpa, bem hidratada e seca, evitar ferimentos e buscar orientação médica ao primeiro sinal de vermelhidão ou coceira.
Prevenção: o papel do controle glicêmico
A melhor forma de evitar as complicações da diabetes é manter a glicose dentro da faixa recomendada pelo médico.
Isso é possível com uma combinação de hábitos saudáveis, acompanhamento médico frequente e uso correto dos medicamentos prescritos.
A prática regular de exercícios físicos, a adoção de uma dieta rica em fibras, frutas e vegetais, e a exclusão de produtos ultraprocessados ajudam a manter o peso corporal equilibrado e a prevenir inflamações que favorecem o surgimento de doenças.
Quando procurar ajuda médica
Pessoas com diabetes devem realizar consultas médicas periódicas, mesmo que não apresentem sintomas. A detecção precoce das complicações é fundamental para evitar danos irreversíveis.
Sinais como visão embaçada, dores persistentes, feridas que não cicatrizam ou alterações urinárias exigem avaliação médica imediata. O acompanhamento multidisciplinar, com endocrinologista, oftalmologista, nutricionista e dentista, é essencial para manter a saúde em dia.
A diabetes, quando negligenciada, pode abrir portas para uma série de doenças graves que comprometem a qualidade e a expectativa de vida.
No entanto, com disciplina, hábitos saudáveis e acompanhamento regular, é possível prevenir ou retardar essas complicações.
O conhecimento é uma ferramenta poderosa para o autocuidado: entender os riscos, identificar sinais de alerta e agir rapidamente são passos fundamentais para viver bem, mesmo com o diagnóstico de diabetes.
Confira os principais exames
1. Hemoglobina Glicada (HbA1c) – Esse exame mostra a média da glicose no sangue nos últimos três meses. É o principal indicador de controle do diabetes. Quando a HbA1c está alta, o risco de desenvolver complicações cresce, então ele ajuda a entender se o tratamento está funcionando e se ajustes são necessários.
2. Microalbuminúria – Analisa pequenas quantidades de proteína na urina. Seu aumento pode ser o primeiro sinal de dano renal causado pela diabetes. Detectar cedo é fundamental para evitar a progressão para insuficiência renal.
3. Avaliação do Fundo de Olho (Retinografia) – Serve para visualizar os vasos da retina e identificar alterações relacionadas à retinopatia diabética. É um exame rápido, indolor e essencial para preservar a visão de quem tem diabetes.
4. Exame de Sensibilidade dos Pés – Pode incluir monofilamento, diapasão ou testes de condução nervosa. Ele identifica alterações de sensibilidade e circulação, permitindo detectar precocemente riscos de neuropatia e pé diabético, evitando feridas e infecções.
5. Perfil Lipídico – Avalia colesterol total, HDL, LDL e triglicerídeos. Pessoas com diabetes têm maior risco de doenças cardiovasculares, e o descontrole das gorduras no sangue acelera esse processo. Monitorar ajuda a prevenir infarto e AVC.
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